Este é o número 30 de Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher! É incrível pensar que ano após ano, com uma regularidade nunca alterada, ao longo de década e meia, em Maio e Novembro, mais um número se foi sucessivamente juntando aos restantes.(…)Como se sabe desde o início, a revista enunciou o seu objectivo: dar visibilidade às mulheres. As mulheres sempre existiram e sempre tiveram um rosto. Mas, como disse Michelle Perrot, a sociedade invisibilizou¬ as e silenciou¬ as. Ou seja, não as considerou como pessoas, como seres pensantes e actuantes nessa mesma sociedade. Todavia, como é evidente, elas sempre estiveram lá, como seres humanos, iguais na sua humanidade a todos os seres humanos, diferentes na concretização dos seus atributos, aceitando a igualdade fundamental e a diferença existencial. Igualdade na essencialidade de ser humano, diferença na sua existencialidade. Daqui, o caminho por vezes divergente entre feministas e femininas, ou melhor, a génese de diferentes feminismos, onde afinal o que está verdadeiramente em causa é o lugar que pertence às mulheres como pessoas na sociedade em que vivem e que ao longo dos tempos não lhes foi reconhecido. Neste sentido, todos os movimentos feministas e femininos enquanto promovem o reconhecimento das mulheres como pessoas definem¬ se como verdadeiros feminismos e reflectem-se nas suas incidências sobre toda a humanidade. Daqui que as questões de género se toquem com as problemáticas dos feminismos e dos femininos.(da Nota de abertura)