Qual a legitimidade dos conhecimentos aos quais cada um se refere para elaborar os seus projectos de acção enquanto responsável por uma organização, investigador, professor, negociante ou clínico? As bases conceptuais deste contrato social implícito, primeiro, merecem ser reconsideradas e reformuladas, é o que nos propõe o autor no primeiro tomo desta obra, consagrado à alternativa construtivista. Essas bases devem, igualmente, ser provadas, pragmaticamente, nos múltiplos campos que a actividade humana disciplina pelos seus projectos de conhecimento. Ora é este exercício que este segundo tomo propõe, desenvolvendo as epistemologias que actualmente, nas suas práticas contemporâneas, podem forjar algumas das «novas ciências»: ciência com consciência, afrontando a complexidade irredutível com as teorias simplificadoras que as ciências positivas ainda se obstinam a impor às nossas culturas. «Facto novo, de consequências incalculáveis para o futuro», já anunciava Jean Piaget, as disciplinas científicas podem, hoje, elaborar a sua própria epistemologia meditando sobre a sua experiência moralizadora: não se pode mais separar cultura científica de cultura simplesmente.