A ideia que deu origem a esta obra nasceu poucas horas depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro. Algumas semanas após este trágico acontecimento, Giovanna Borradori encontrou-se, separadamente, com Jürgen Habermas e Jacques Derrida em Nova Iorque. Destas entrevistas surgiu assim um encontro pioneiro entre dois dos mais influentes pensadores do nosso tempo: aqui, pela primeira vez, Habermas e Derrida superam o antagonismo histórico que os separa e concordam em surgir lado a lado. Como seria de esperar, o diálogo de Habermas é denso, compacto e elegantemente tradicional. Derrida, por outro lado, leva o leitor por um caminho longo, sinuoso e imprevisível. No entanto, notam-se pontos de contacto inesperados entre os dois filósofos: ambos suspeitam profundamente do conceito de "terrorismo" e ambos entrevêem a necessidade de uma transição do direito internacional clássico, assente no modelo dos estados-nação, para uma nova ordem cosmopolita baseada em alianças continentais. A uma retórica cada vez mais polarizada entre o bem e o mal, Derrida e Habermas contrapõem a desconstrução e reconstrução daquilo que pensávamos saber sobre o terrorismo e sobre a sua magnitude no século XXI.