A obra de Agostinho de Hipona constitui um marco incontornável na história da filosofia ocidental, entre outros factores por nela convergir, como ponto de chegada, o legado da cultura e da filosofia antigas e por se constituir como ponto de charneira para um novo momento da história humana que se viria a designar por Idade Média. Agostinho dialogou com a cultura do seu tempo, interpelando as categorias filosóficas recebidas do Mundo Antigo de forma a delas reter tudo o que de bom e de verdadeiro aí encontrou, e a nelas ampliar tudo quanto considerou estreito para conter a realidade maior que encontrou no cristianismo. Esta obra reúne um conjunto de ensaios sobre temáticas que, sendo de sempre, hoje, num virar de século conturbado e marcado por profundas contradições, interpelam a mente humana com particular veemência: medos e esperanças, liberdade e liberdades, bem e mal, corporeidade e sexualidade, finitude humana e fim do mundo, Deus e demiurgos, vida eterna e paz. As questões e as respostas aqui debatidas enraízam-se no diálogo de culturas e de mundos realizado por Agostinho a partir de Agostinho e abrem-se ao mundo hodierno, como possíveis horizontes de sentido.